domingo, outubro 31, 2010
Meditações do Osho - 48
O ego só pode existir se você lutar. A entrega, a rendição, é veneno para o ego, daí a nossa ênfase nela. Luta é alimento, entrega é veneno. E o ego tem de morrer, só assim você pode nascer.
Numa bainha não pode haver duas espadas. Ou você vive dentro de si e o ego se vai, ou o ego vive e você é soterrado. É assim que milhões de pessoas vivem - soterradas -, e o ego se assenta no trono. Com a entrega o ego desaparece, e seu eu soterrado começa a vir à tona, de volta a seu status natural, seu estado natural.
Sua vida pode ser um instrumento da existência, uma flauta de bambu nos lábios dela. Você só tem de ser oco e deixá-la cantar a canção, se ela quiser. Ou, se ela não quiser, então o silêncio será tão belo quanto a canção.
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Oscar Quiroga - 1084
O OPOSTO DO QUE APRENDEMOS
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sábado, outubro 30, 2010
Meditações do Osho - 47
O ego consiste no sentimento, no pensamento de que somos separados da existência, de que somos como ilhas. Ele é absolutamente falso. Não existimos em separação, não podemos existir nem por um único momento em separação. Nossa respiração nos mantém unidos ao exterior. E não respiramos só com o nariz, mas através de todos os poros do nosso corpo.
Temos sede - bebemos água e a água sacia nossa sede. É um contínuo movimento de fora para dentro e de dentro para fora. A comida se encontra em contínua circulação, a respiração também. Vivemos em constante intercâmbio com a realidade. Não somos separados, somos ligados, de mil e uma maneiras.
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Oscar Quiroga - 1083
BATALHA ESPIRITUAL
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sexta-feira, outubro 29, 2010
Meditações do Osho - 46
O ego é nosso inferno, e a ironia é que nós somos seu criador. Nós o criamos e sofremos. Mas temos a capacidade de não criá-lo e de nos afastar do sofrimento. Quando o ego desaparece e o sofrimento desaparece, você encontra a bem-aventurança. A bem-aventurança é a nossa natureza. O sofrimento é um fenômeno criado, arbitrário. A bem-aventurança é incriada: ela está presente agora, por baixo do sofrimento, como uma tendência oculta. Você não precisa criá-la, pois ela já existe - apenas não crie o sofrimento para que ela possa se manifestar. E o segredo para criar o sofrimento está na fórmula do ego.
De agora em diante, não pense em si mesmo como superior ou inferior; ambas estas atitudes vêm do ego. Não se considere alguém ou ninguém - essas também são atitudes do ego. Tente compreender a astúcia do ego, ele nunca se torna humilde. Ele diz algo assim: "Sou humilde, ninguém é mais humilde que eu". Ele entrou pela porta dos fundos.
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Mensagens da Brahma Kumaris - 5
Sucesso
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“Eu fui escolhido por Deus para cumprir uma missão especial de transformar o mundo. Eu não estou trabalhando para seres humanos. Eu estou trabalhando para Deus. Deixe que meu trabalho seja apreciado por Ele. Deixe Ele cuidar de mim. Deixe-me apreciar minhas qualidades e manter tais qualidades à disposição Dele para o benefício do mundo. Não há questão de fracasso na minha missão. Quando Ele está comigo só pode haver sucesso.” – BK Surendran, Zeal and enthusiasm, The World Renewal, May 1994 |
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Oscar Quiroga - 1082
ESPÍRITO
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quinta-feira, outubro 28, 2010
Oscar Quiroga - 1081
APLICAÇÃO PRÁTICA DA ESPIRITUALIDADE
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quarta-feira, outubro 27, 2010
Oscar Quiroga - 1080
A VIDA PROTEGE A SI MESMA
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terça-feira, outubro 26, 2010
Oscar Quiroga - 1079
PROPÓSITO É TUDO!
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segunda-feira, outubro 25, 2010
Oscar Quiroga - 1078
TODOS OS OFÍCIOS SÃO IMPORTANTES
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domingo, outubro 24, 2010
Oscar Quiroga - 1077
OS FUNDAMENTOS
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sábado, outubro 23, 2010
Meditações do Osho - 45
A pessoa religiosa vive sem o ego. Ela sabe que "Sou parte do todo, uma parte intrínseca do todo, não um ser separado". Saber isso, saber que "Não sou separado do todo", traz uma tremenda liberdade, traz vastidão: todo o céu é seu. Você não se identifica mais com um pequenino ego.
Somos vastos, mas ficamos confinados em espaços pequenos; é por isso que existe tanta amargura. É como forçar um oceano a caber numa gota de orvalho. Somos pássaros, com asas, e precisamos de todo o céu, mas estamos engaiolados. Ninguém nos colocou na gaiola: a ironia é que nós mesmos nos engaiolamos. Somos a prisão, somos o prisioneiro e somos o carcereiro - não há mais ninguém. É por isso que os místicos dizem que é tudo um sonho (maya). Quando você acorda, percebe algo assim: "Que estranho. Eu estava sendo perseguido por um leão, mas eu era o leão e eu mesmo me perseguia - e eu era também o espectador, a testemunha de toda a cena!". Assim é a vida, como um sonho.
Agora é a hora... Se as crianças têm brincadeiras tolas, elas podem ser perdoadas. Elas precisam errar o caminho, precisam cometer erros. Mas, quando você cresce, não pode ser perdoado. E o ego é a mais tola de todas as brincadeiras, porque é contra a realidade, é contra a existência. Criamos nossas próprias prisões com nossa imaginação, nosso desejo, nossa memória, nossa ambição, nosso ciúme. E tudo isso cria estruturas sutis à nossa volta. A totalidade dessas estruturas se chama ego. De agora em diante, conscientize-se disso e aos poucos saia daí.
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Oscar Quiroga - 1076
IMAGEM E ESSÊNCIA
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sexta-feira, outubro 22, 2010
Oscar Quiroga - 1075
INCONGRUÊNCIA MORAL
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quinta-feira, outubro 21, 2010
Oscar Quiroga - 1074
INTERVENÇÕES DIVINAS
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quarta-feira, outubro 20, 2010
Oscar Quiroga - 1073
LUA VAZIA
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terça-feira, outubro 19, 2010
Ame a Si Mesmo
Ame a si mesmo.
Exatamente o oposto foi ensinado a você, por todas as tradições do mundo, todas as civilizações, culturas e igrejas. Elas dizem: Ame os outros, não ame a si mesmo. E existe uma certa estratégia ladina por trás desses ensinamentos.
O amor é o que nutre a alma. A comida é para o corpo o que o amor é para a alma. Sem comida, o corpo fica fraco; sem amor, a alma fica fraca. E nenhum país, nenhuma igreja e nenhum capital investido jamais desejou que as pessoas tivessem almas fortes, pois uma pessoa com energia espiritual elevada inevitavelmente será rebelde à sociedade.
O amor o torna rebelde, revolucionário, lhe dá asas para voar alto. O amor lhe dá discernimento sobre as coisas, de tal maneira que ninguém possa enganá-lo, explorá-lo, oprimi-lo. E os sacerdotes e os políticos sobrevivem somente com o seu sangue, somente com a sua exploração, sua escravização.
Todos os sacerdotes e políticos são parasitas. Para torná-lo espiritualmente fraco, eles encontraram um método seguro, cem por cento garantido, que é ensiná-lo a não se amar a si próprio. Porque se uma pessoa não puder amar a si mesma, ela também não poderá amar a mais ninguém. O ensinamento é muito astuto, eles dizem, "Ame os outros", pois sabem que, se você não puder amar a si mesmo, de modo nenhum você poderá amar. Mas eles ficam dizendo: "Ame os outros, a humanidade, a Deus. Ame a natureza, a sua esposa, o seu marido, os seus filhos, os seus pais". Mas não ame a si mesmo, porque, de acordo com eles, amar a si mesmo é egoísmo. O que mais eles condenam é o amor-próprio.
E eles fizeram com que esses ensinamentos parecessem muito lógicos. Eles dizem: "Se amar a si mesmo, você vai se tornar um egoísta, um narcisista". Isso não é verdade.
Uma pessoa que ama a si mesma descobre que não existe nenhum ego nela. O ego surge ao amar os outros sem amar a si mesmo, ao tentar amar os outros. Os missionários, os reformistas sociais, os benfeitores têm os maiores egos do mundo. Isso é natural, pois eles se consideram seres humanos superiores. Eles não são comuns; só pessoas comuns amam a si mesmas. Eles amam os outros, amam grandes ideais, amam Deus.
E todo o amor deles é falso, pois esse amor não tem raízes.
Uma pessoa que ama a si mesma dá o primeiro passo em direção ao amor real e verdadeiro. É como atirar uma pedra num lago tranquilo: primeiro, ondulações circulares surgirão em torno da pedra, muito próxima da pedra. Naturalmente! Onde mais as ondulações poderiam surgir? E depois elas se espalharão, alcançando a margem mais distante. Se você impedir essas ondulações iniciais de surgirem próximas da pedra (de você), de maneira nenhuma haverá outras ondulações se propagando. Então, nessa situação, não se pode esperar criar ondulações que alcancem as praias mais distantes; é impossível.
E os sacerdotes e os políticos perceberam esse fenômeno: ao impedir as pessoas de amarem a si mesmas, aniquilam-se suas capacidades de amar. Agora, tudo o que elas pensam que é amor será falso. Pode ser obrigação, mas não é amor - obrigação é uma palavra suja. Os pais estão cumprindo suas obrigações para com os filhos e, em troca, os filhos cumprirão suas obrigações para com os pais. A esposa cumpre seus deveres para com o marido, e o marido cumpre seus deveres para com a esposa. Onde está o amor em tudo isso?
O amor nada conhece de obrigação. Obrigação é um fardo, uma formalidade. Amor é uma alegria, um compartilhar; ele é informal. A pessoa que ama nunca sente que fez o suficiente; ela sempre sente que era possível fazer algo mais. Ela nunca sente: "Eu fiz um favor à outra pessoa". Pelo contrário, ela sente: "A pessoa me fez um favor recebendo o meu amor. Por receber minha dádiva, por não rejeitá-la, o outro me fez um favor".
A pessoa que cumpre obrigações pensa: "Sou superior, espiritual e extraordinário. Olhe como sirvo as pessoas!" Esses benfeitores são as pessoas mais falsas do mundo e também as mais nocivas. Se pudéssemos nos livrar dos benfeitores públicos, a humanidade tiraria um enorme peso dos ombros, se sentiria muito leve, seria capaz de novamente dançar, de novamente cantar.
Mas, durante séculos, as suas raízes têm sido cortadas, envenenadas. Fizeram com que você tivesse medo de sentir amor por você mesmo - que é o primeiro passo do amor e a primeira experiência. Uma pessoa que ama a si mesma respeita a si mesma. E a pessoa que ama e que respeita a si mesma, respeita os outros também, porque ela sabe: "Assim como eu sou, assim são os outros. Assim como tenho amor, respeito, dignidade, assim têm os outros". Nos detalhes, podemos ser um pouco diferentes uns dos outros - isso traz variedade, isso é belo -, mas na base, somos parte de uma só natureza.
A pessoa que ama a si mesma sente tanto amor e se torna tão bem-aventurada que o seu amor começa a transbordar, começa a alcançar os outros. Ele precisa alcançar! Se você viver o amor real, precisará compartilhá-lo. Você não poderá continuar a amar só a si mesmo para sempre, pois algo ficará absolutamente claro para você: se amar uma pessoa - a você mesmo - é tão imensamente extasiante e belo, mais êxtases estarão esperando você, se você começar a compartilhar seu amor com muitas, muitas pessoas!
Lentamente suas ondulações amorosas começarão a ir mais e mais longe. Você amará outras pessoas, e então começará a amar os animais, os pássaros, as árvores, as rochas. Você pode preencher todo o Universo com o seu amor. Uma única pessoa é suficiente para preencher todo o Universo com amor, exatamente como uma única pedrinha pode preencher todo o lago com andulações - uma única pedrinha.
Somente um buda pode dizer: Ame a si mesmo. Nenhum sacerdote, nenhum político pode concordar com isso, pois isso é destruir todo o edifício, toda a estrutura de exploração montada por eles. Se uma pessoa não tiver permissão para amar a si mesma, seu espírito, sua alma, fica cada dia mais fraca. Seu corpo pode se desenvolver, mas ela não terá crescimento interior, pois não terá nutrição interior. Ela permanece um corpo praticamente sem alma, ou com somente uma potencialidade, uma probabilidade de alma. A alma permanece uma semente e continuará assim, se você não puder encontrar o correto solo do amor para ela. E você não o encontrará, se seguir a idéia idiota usual: "Não ame a si mesmo".
Eu também lhe ensino a primeiro amar a si mesmo. Isso nada tem a ver com o ego. Na verdade, o amor é uma tal luz que a escuridão do ego de maneira nenhuma pode existir nela. Se você amar os outros, se seu amor estiver focado apenas nos outros, você viverá na escuridão. Primeiro, volte a sua luz em direção a si mesmo; primeiro, torne-se uma luz para si mesmo. Deixe a luz dispersar sua escuridão interior, sua fraqueza interior. Deixe que o amor faça de você um poder imenso, uma grande força espiritual.
E, uma vez que sua alma se torne poderosa, você saberá que não morrerá, que você é imortal, eterno. O amor lhe dá o primeiro discernimento com relação à eternidade, à imortalidade. O amor é a única experiência que transcende o tempo. Exatamente por isso, as pessoas que amam não temem a morte. Um único momento de amor é mais do que toda a eternidade.
Mas o amor precisa começar do começo, precisa iniciar com este primeiro passo:
Não se condene. Você já foi condenado demais e aceitou toda essa condenação. Agora, você fica se machucando. Ninguém se considera digno o suficiente, ninguém se considera uma bela criação de Deus, ninguém pensa que é necessário para a existência. Essas são idéias venenosas, mas você foi envenenado, envenenado com o leite de sua mãe, e esse tem sido todo o seu passado. A humanidade tem vivido sob uma escura nuvem de autocondenação. Se você se condena, como você poderá se desenvolver, como você poderá se tornar maduro? E se você se condena, como poderá venerar a existência? Se você não puder venerar a existência dentro de você, você será incapaz de venerar a existência nos outros; será impossível.
Você só pode se tornar parte do todo se tiver um grande respeito pelo Deus que reside dentro de você. Você é um anfitrião, Deus é seu convidado. Ao amar a si mesmo, você saberá: Deus o escolheu para ser um veículo. Ao escolher você para ser um veículo, ele já o respeitou, já o amou. Ao criar você, ele demonstrou seu amor por você. Ele não fez você acidentalmente; ele o fez com um certo destino, com um certo potencial, com uma certa glória que você precisa atingir. Sim, Deus criou o ser humano à sua própria imagem. O ser humano precisa se tornar um deus. A menos que o ser humano se torne um deus, não haverá preenchimento, contentamento.
Mas como você pode se tornar um deus? Seus sacerdotes dizem que você é um pecador, uma perdição, que você inevitavelmente irá para o inferno. E eles o deixam com muito medo de amar a si mesmo. Esse é o truque deles, cortar a própria raiz do amor. Eles são muito espertos. A profissão mais ardilosa no mundo é a dos sacerdotes. Eles dizem: "Ame os outros". Ora, isso será artificial, sintético, um fingimento, uma representação.
Eles dizem: "Ame a humanidade, sua terra natal, sua nação, a vida, a existência, Deus". Grandes palavras, mas completamente sem significado. Você já se deparou com a humanidade? Você sempre se depara com seres humanos - e infelizmente condenou o primeiro ser humano que encontrou, você.
Você não se respeita, não se ama. Agora você desperdiça toda a sua vida condenando os outros. É por isso que as pessoas são tão críticas. Elas se criticam, e como podem evitar de encontrar as mesmas faltas nos outros? Na verdadem, elas as encontrarão e as aumentarão; elas as tornarão tão grandes quanto possível. Essa parece ser a única escapatória para, de alguma maneira, livrar a cara; isso precisa ser feito. Por isso existe tanto criticismo e tanta falta de amor.
Eu digo que esse é um dos sutras mais profundos de Buda, e somente uma pessoa desperta como ele pode dar a você esse discernimento.
Ele diz: Ame a si mesmo... Essa pode se tornar a base para uma transformação radical. Não tenha medo de amar a si mesmo. Ame totalmente e você ficará surpreso: o dia em que você se livrar de toda autocondenação e autodesrespeito, em que você se livrar da idéia do pecado original, em que puder pensar em si mesmo como alguém valioso e amado pela existência, será um dia de grande bênção. Desse dia em diante, você começará a perceber as pessoas assim como elas são de verdade e terá compaixão. E essa não será uma compaixão cultivada; será um fluxo natural e espontâneo.
Uma pessoa que se ama pode facilmente se tornar meditativa, porque meditação significa estar consigo mesmo. Se você se odiar - como você se odeia, como lhe disseram para fazer e você fez religiosamente -, se você se odiar, como poderá ficar com você mesmo? E meditar nada mais é do que apreciar sua bela solitude. Celebrar a si mesmo, é isso o que a meditação é.
A meditação não é um relacionamento; o outro não é necessário, a pessoa é suficiente em si mesma, é banhada em sua própria glória, em sua própria luz. Ela está simplesmente feliz por estar viva, por existir.
O maior milagre do mundo é este: você existe, eu existo. Existir é o maior milagre, e a meditação abre as portas para esse grande milagre. Mas somente uma pessoa que ama a si mesma pode meditar; do contrário, você está sempre fugindo de si mesmo, evitando a si mesmo. Quem quer olhar para uma face feia e quem quer penetrar num ser feio? Quem quer penetrar fundo em sua própria lama, em sua própria escuridão? Quem quer entrar no inferno que você julga ser? Você quer manter tudo isso coberto com belas flores e sempre fugir de si mesmo.
Por isso as pessoas estão continuamente procurando companhia. Elas não conseguem ficar com elas mesmas e querem ficar com outras pessoas. As pessoas estão procurando qualquer tipo de companhia; se elas puderem evitar a companhia delas mesmas, qualquer coisa servirá. Elas sentarão num cinema durante três horas, assistindo algo completamente idiota; lerão um romance policial por horas, desperdiçando seu tempo. Lerão o mesmo jornal repetidamente, apenas para se manterem ocupadas; jogarão cartas e xadrez apenas para matar o tempo, como se tivessem muito tempo!
Nós não temos muito tempo, não temos tempo suficiente para nos desenvolver, para ser, para nos alegrar.
Mas este é um dos problemas básicos criados por uma educação equivocada: evite a si mesmo. As pessoas ficam sentadas em frente à TV, grudadas na poltrona durante quatro, cinco, até seis horas. Na média, o norte-americano assiste à televisão durante cinco horas por dia, e essa doença se espalhará por todo o mundo. E o que você está vendo? E o que você está ganhando com isso? Queimando seus olhos...
Mas isso sempre foi assim; mesmo se a televisão não existisse, haveria outras coisas. O problema é o mesmo: como evitar a si mesmo? Porque a pessoa se sente muito feia. E quem a fez ficar tão feia? Seus pretensos religiosos, seus papas. Eles são responsáveis por distorcerem suas faces, e foram bem-sucedidos, tornaram todos feios.
Toda criança nasce bela e, então, começamos a distorcer sua beleza, mutilando-a e paralisando-a de muitas maneiras, distorcendo sua proporção, tornando-a desequilibrada. Mais cedo ou mais tarde ela fica tão desgostosa consigo mesma que aceita ficar com qualquer um. O sujeito pode procurar uma prostituta apenas para evitar a si mesmo.
Ame a si mesmo, diz Buda. E isso pode transformar todo o mundo, pode destruir todo o feio passado, pode anunciar uma nova era, pode ser o princípio de uma nova humanidade.
Daí a minha insistência no amor - mas o amor começa com você mesmo. Depois ele pode continuar se espalhando, se espalhando por conta própria. Você não precisa fazer nada para espalhá-lo.
Ame a si mesmo, diz Buda e, logo depois, ele acrescenta: e observe. Isto é meditação, é o nome que Buda dá à meditação. Mas o primeiro requisito é se amar e, depois, observar. Se você não se amar e começar a observar, você vai querer se suicidar! Muitos budistas pensam em suicídio, pois não prestam atenção na primeira parte do sutra e, imediatamente, pulam para a segunda parte: "Observe a si mesmo". Na verdadem, nunca me deparei com um único comentário sobre o Dhammapada, sobre esses sutras de Buda, que desse qualquer atenção à sua primeira parte: Ame a si mesmo.
Sócrates diz: "Conheça a si mesmo". Buda diz: "Ame a si mesmo". Buda está muito mais correto, porque a menos que você ame a si mesmo, nunca se conhecerá. O conhecer virá somente mais tarde. O amor prepara o terreno, é a possibilidade de se conhecer, é o caminho correto para se conhecer.
Ninguém acha - nem mesmo os budistas - que amar a si mesmo precisa ser a base para conhecer a si mesmo, para observar a si mesmo, pois, a menos que você se ame, você não conseguirá se encarar. Você evitará. Isso porque o observar pode, ele próprio, ser uma maneira de evitar a si mesmo.
Primeiro: Ame a si mesmo e observe, hoje, amanhã e sempre.
Crie uma energia amorosa à sua volta. Ame o seu corpo, ame a sua mente, ame todo o seu mecanismo, todo o seu organismo. Amar significa aceitar como é. Não tentar reprimir. Reprimimos somente quando odiamos algo, quando somos contra algo. Não reprima, porque se você reprimir, como você irá observar? E não conseguimos olhar nos olhos do inimigo; só conseguimos olhar nos olhos de nosso amado. Se você não se amar, você não será capaz de olhar em seus próprios olhos, em sua própria face, em sua própria realidade.
Observar é meditar, é o nome que Buda dá à meditação. Observar é a senha de Buda. Ele diz: fique atento, fique alerta, não seja inconsciente, não se comporte de maneira sonolenta, não continue funcionando como uma máquina, como um robô. E é assim que as pessoas estão vivendo.
As pessoas estão vivendo inconscientemente, elas não estão conscientes do que estão dizendo, do que estão fazendo; elas não são observadoras. As pessoas ficam supondo e não vêem; elas não têm discernimento, não podem ter. O discernimento só acontece por meio de grande observação; então, pode-se ver até com os olhos fechados. No momento, você não pode ver nem mesmo com os olhos abertos. Você conclui, supõe, impõe, projeta.
Grace está deitada no divã do psiquiatra.
"Feche os olhos e relaxe", diz o médico, "e irei tentar um experimento".
Ele pegou seu chaveiro de bolso e levemente balançou as chaves. "O que este som lembra?", perguntou.
"Sexo", ela sussurrou.
Então, ele encostou levemente o chaveiro na palma da mão da moça, e o corpo dela enrijeceu.
"E isso?", perguntou o psiquiatra.
"Sexo", Grace murmurou nervosa.
"Agora, abra os olhos", instruiu o médico, "e me diga por que o que fiz fez você pensar em sexo".
Hesitantemente, suas pálpebras se abriram. Grace viu o molho de chaves na mão do psiquiatra e enrubesceu.
"Be-bem, para começar", ela gagejou, "pensei que o primeiro som fosse o zíper da sua calça se abrindo..."
Sua mente está constantemente projetando, projetando a si mesma. Ela está constantemente interferindo na realidade, dando-lhe uma cor, uma configuração e uma forma que não lhe é própria. Sua mente nunca permite que você perceba aquilo que é; ela permite que você perceba somente aquilo que ela deseja perceber.
Os cientistas pensavam que nossos olhos, ouvidos, nariz, os outros sentidos e a mente nada mais fossem do que aberturas para a realidade, pontes para a realidade. Mas agora todo o entendimento mudou. Agora eles dizem que nossos sentidos e a mente não são realmente aberturas para a realidade, mas defesas contra a realidade. Somente dois por cento da realidade passa por essas defesas e chega até você; noventa e oito por cento da realidade fica do lado de fora de você. E os dois por cento, que chegam até você e ao seu ser, são alterados. Eles precisam passar por tantas barreiras, precisam amoldar-se a tantas coisas da mente que, quando chegam até você, não são mais os mesmos.
Meditação significa colocar a mente de lado, de tal modo que ela não mais interfira na realidade e você possa perceber as coisas como elas são.
E por que a mente interfere? Ela interfere porque ela é criada pela sociedade, ela é o agente da sociedade em você! A mente não está a seu serviço, lembre-se disso! Ela é a sua mente, mas não está a seu serviço; ela está fazendo uma conspiração da sociedade contra você. A nossa mente foi condicionada pela sociedade, que implantou muitas coisas nela. Ela é a sua mente, mas não funciona como sua serva; ela funciona como serva da sociedade. Se você for cristão, ela funcionará como uma agente da igreja cristã; se você for hindu, ela será hindu; se você for budista, ela será budista. E a realidade não é cristã, hindu ou budista; a realidade é simplesmente como ela é.
Você precisa colocar de lado estas mentes: a mente comunista, a fascista, a católica, a protestante... Existem três mil religiões no mundo, grandes e pequenas, e pequenas seitas e seitas dentro de seitas... três mil no total. Dessa maneira, existem três mil mentes, tipos de mente, e a realidade é uma só, a existência é uma só, a verdade é uma só!!
Meditação significa: coloque a mente de lado e observe. O primeiro passo, ame a si mesmo, o ajudará imensamente. Ao amar a si mesmo, você irá destruir muito do que a sociedade implantou em você. Você se tornará mais livre da sociedade e de seus condicionamentos.
E o segundo passo é: observe, apenas observe. Buda não diz o que precisa ser observado - é tudo! Ao caminhar, observe o seu caminhar. Ao comer, observe seu comer. Ao tomar banho, observe a água, a água caindo sobre você, o toque da água, seu frescor, o calafrio que passa pela espinha - observe tudo, hoje, amanhã e sempre.
E finalmente, chega um momento em que você pode observar mesmo o seu sono. No que se refere ao observar, isso é o máximo. O corpo vai dormir e ainda assim existe um observador desperto, silenciosamente observando o corpo dormindo profundamente. No que se refere ao observar, isso é o máximo. No momento, acontece justamente o contrário: seu corpo está desperto, mas você está dormindo, em profunda sonolência. Então, você estará desperto e seu corpo estará dormindo.
O corpo precisa de repouso, mas sua consciência não precisa de sono. Sua consciência é consciência; ela é o estado de alerta, essa é a sua própria natureza. O corpo se cansa (e se desgasta) porque vive sob a lei da gravidade. É a gravidade que o deixa cansado (e desgastado). É por isso que ao correr rápido, você logo se cansa; ao subir escadas, você logo se cansa, pois a gravidade o puxa para baixo. Na verdade, ficar em pé é cansativo, sentar é cansativo, e quando você se deita na horizontal, somente então existe um pouco mais de repouso para o corpo, porque você fica mais em sintonia (equilíbrio) com a lei da gravidade. Quando você está em pé, na vertical, você está indo contra a lei; o sangue vai para a cabeça, contra a lei, e o coração precisa bater mais forte.
Mas a consciência não funciona sob a lei da gravidade, daí ela nunca se cansar. A gravidade não tem poder sobre a consciência; a consciência não é uma rocha, ela não tem peso. Ela funciona sob uma lei totalmente diferente, a lei da graça ou, como ela é conhecida no Oriente, a lei da levitação. Gravitação significa puxar para baixo, levitação significa puxar para cima.
O corpo está continuamente sendo puxado para baixo e, por isso, finalmente ele precisará se deitar na cova. Esse será o verdadeiro repouso para ele, pó sobre pó. O corpo, dessa forma, retornou à sua fonte, o tumulto cessou; agora não existe mais conflito. Os átomos de seu corpo terão verdadeiro repouso somente no túmulo.
A alma, no entanto, se eleva mais e mais alto. À medida que você se torna mais observador, você começa a ter asas - então, todo o céu é seu.
O ser humano é um encontro da terra com o céu, do corpo com a alma.
Fonte: Osho, Amor, Liberdade e Solitude, Editora Cultrix, 2006. ISBN 978-85-316-0913-8.
Marcadores: amor, consciência, gravidade, imortalidade, levitação, meditação, mente, obrigação, Osho
Mensagem de Mãe Maria
Amados Filhos,
Que as bênçãos do amor tragam paz aos vossos corpos, mentes e corações.
Este é um tempo em que vossos corpos físico, emocional e mental precisam se alinhar, para se expressar em uma única e mesma sintonia, a sintonia do amor incondicional, para que seja possível o salto quântico rumo à liberdade que a humanidade está prestes a concretizar.
Pensamentos contraditórios, emoções descontroladas, ações não alinhadas ao pensar e ao sentir impedem a abertura de vossos corações, dificultando o reconhecimento dos novos padrões disponíveis para todos vós e que já se avizinham de vossas realidades.
O coração manifesta a linguagem e os desejos de vossas almas, e é ele que necessita se abrir definitivamente, para que os Filhos da Terra voltem a se reconhecerem como a grande família que aceitou o desafio de manifestar no mundo físico as virtudes do Pai Criador.
Urge revelar a luz em vosso planeta e em vossas vidas, e revelar a luz é manifestar em vós as virtudes do Pai.
O caos que ainda impera em vosso mundo precisa ser varrido de vossas realidades, e isso só se faz possível se a linguagem do amor for resgatada pelos Filhos da Terra.
Contudo, expressar a linguagem do amor só se torna realidade quando a mente e as emoções refletem a sanidade nas ações do dia a dia.
Não é possível amar sem compreender, não é possível amar sem ser solidário, não é possível amar sem aceitar integralmente o outro e suas diferenças.
A diversidade é o que faz do viver a grande escola onde o aprendizado precisa ser experenciado na própria carne, para ser absorvido e incorporado.
Viver é reconhecer novas possibilidades e vivenciá-las, é assumir riscos, é exercitar mudanças, é compreender que os desafios fazem parte das lições a serem aprendidas nas vossas experiências na Mãe Terra.
Só vive realmente aquele que ousa crescer, que ousa alargar seus horizontes incorporando à sua realidade novas experiências que exigem olhar a vida sobre uma outra ótica, não a ótica do egoísmo, mas sim a da solidariedade e do amor incondicional.
Lembrai-vos, amados, que a vida sempre vos desafia a dar mais um passo, e cada desafio desprezado é menos uma oportunidade de enxergar o caminho que vos leva a atingir a felicidade.
Todos os Filhos da Terra aceitaram a missão de reencontrar a felicidade, e a felicidade só se concretiza através de vossas escolhas.
Escolher não é um ato mecânico de aceitar algo em detrimento de outro.
Escolher é sim o ato consciente daquele que busca a concretização de seu objetivo exercitando escolhas coerentes que o levem a atingir a meta almejada.
É hora, pois, de reconhecerdes a meta maior que aceitastes atingir no mundo da matéria.
É hora de deixar a confusão da realidade ilusória que criastes ao longo da jornada, para resgatar a visão clara, a visão que vos possibilita agir exercitando o poder crístico de co-criar uma nova realidade, a realidade que torne vosso mundo o paraíso que todos vós almejais atingir.
Visão clara, lembrai-vos, é o resultado da unidade do vosso pensar, sentir e agir.
Sem revelar essa unidade continuareis sim no mundo da dúvida, do medo, das doenças e das guerras que alimentam mais e mais a separação.
Buscai, pois, alinhar vossos corpos físico, emocional e mental, para que possais reencontrar a chave que abre vossos corações e vos devolve a visão do único caminho que vos coloca à frente da última e única escolha, a escolha da luz ou da escuridão.
Rendei-vos, amados!
É tempo de vos render a luz, é tempo de ser feliz.
Que vossas orações gerem o combustível necessário para impulsioná-los rumo às novas escolhas, aos novos desafios que vos devolvem a visão da rota certa rumo à ascensão.
Bem amados, Eu vos deixo agora derramando sobre todos vós as minhas bênçãos e envolvendo a todos no meu manto de proteção, porque Eu Sou Maria, Vossa Mãe.
SP- 19/10/2010 - Mensagem de Mãe Maria-26-2010 canalizada por Jane M. Ribeiro
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Meditações do Osho - 44
Derrube todas as barreiras, torne-se infinito. Pense apenas em termos de infinidade, eternidade. Menos que isso jamais satisfez ninguém e jamais satisfará.
O limite do corpo tem de ser superado. Nós nos identificamos com o corpo, pensamos que somos o corpo, mas não somos. Essa é a primeira falsidade que precisa ser abandonada. Dela surgem muitas outras falsidades. Se uma pessoa se identifica com o corpo, ela tem medo da velhice, da doença, da morte. Essas coisas surgem a partir da identificação com o corpo.
Pense em si próprio como pura consciência. Você não é o corpo, você é alguém que tem consciência do corpo. E você também não é a mente.
Primeiro comece a trabalhar com o corpo, pois é mais fácil começar com o grosso. Depois, passe para o sutil: veja a mente como algo separado de você. Quando você se conscientizar de que não é o corpo nem a mente, você sentirá uma grande liberdade crescendo em você, desimpedida. Não haverá obstruções nem muralhas, apenas espaço aberto em todas as direções. Então a barreira mais sutil tem de ser derrubada: a do sentimento. Essa é a mais sutil. Primeiro o corpo, depois a mente, então o coração - e ser livre do coração é ser iluminado.
Quando você sabe que não é o corpo, nem a mente, nem o coração, imediatamente descobre quem você é e o que são a existência e a vida. Todos os segredos são imediatamente revelados.
Oscar Quiroga - 1072
OS FUNDAMENTOS
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segunda-feira, outubro 18, 2010
Sobre o Amor - 2
O amor não significa o que normalmente se entende por esta palavra. O amor usual é apenas um disfarce; algo mais está oculto por trás dele. O amor real é um fenômeno totalmente diferente. O amor usual é uma exigência, o real é um compartilhar. O amor real conhece a alegria do dar e nada conhece do exigir.
O amor usual finge demais. O amor real é, não finge; ele simplesmente é. O amor usual se torna enjoativo, açucarado, chato, o que se chama de amor piegas. Ele é enjoativo, nauseante. O amor real alimenta; ele fortalece a sua alma. O amor usual alimenta somente o seu ego - não o você real, mas o você irreal. Lembre-se, o irreal sempre alimenta o irreal, e o real alimenta o real.
Torne-se um servo do amor real, e isso significa tornar-se um servo do amor em sua pureza suprema. Dê, compartilhe tudo o que você tiver, compartilhe e tenha prazer com esse compartilhar. Não ame como se fosse uma obrigação, pois assim toda a alegria vai embora. E nunca sinta que você está obrigando o outro a dar algo em troca, nem mesmo por um único instante. O amor verdadeiro nunca pede nada em troca. Pelo contrário, quando alguém recebe seu amor, você se sente grato. O amor verdadeiro fica agradecido por ter sido recebido.
O amor real nunca espera recompensa nem agradecimento. Se o agradecimento é feito, o amor sempre é pego de surpresa. Essa é uma agradável surpresa, pois não havia espectativa envolvida.
Não se pode frustrar o amor real, pois, em primeiro lugar, não existe expectativa envolvida. E não se pode satisfazer o amor comum irreal, pois ele está tão enraizado na expectativa que, não importa o que se faça, sempre o que é feito parece pouco. Sua expectativa é enorme e ninguém pode satisfazê-la. Assim, o amor irreal sempre traz frustação, e o amor real sempre traz satisfação.
E quando digo, "Torne-se um servo do amor", não estou dizendo para você se tornar um servo de alguém que você ama; não, de maneira nenhuma. Não estou dizendo para se tornar um servo do ser amado. Estou dizendo, torne-se um servo do amor. A idéia pura do amor deve ser venerada. O amado é somente uma das formas dessa idéia pura, e toda a existência contém nada mais nada menos do que milhões de formas dessa idéia pura. A flor é uma idéia, uma forma; a lua, outra; o ser amado, outra... seu filho, sua mãe, seu pai, todos eles são formas, ondas no vasto oceano do amor. Mas nunca se torne um servo do ser amado. Lembre-se sempre de que o ser amado é somente uma pequena expressão nesse vasto oceano.
Sirva ao amor por meio da pessoa que você ama, de tal modo que você nunca se apegue à pessoa. Quando você não está apegado à pessoa, o amor atinge seu patamar mais elevado. No momento em que a pessoa se apega, ela começa a decair. O apego é um tipo de força da gravidade, e o desapego é graça. O amor irreal é um outro nome para o apego; o amor real é o próprio desapego.
O amor irreal mostra muita ansiedade, ele está sempre ansioso. O amor real é atencioso, mas não tem ansiedade. Se você realmente ama alguém, mostrará consideração pela verdadeira necessidade dele, mas não demonstrará desnecessária preocupação com suas tolas e estúpidas fantasias. Você terá todo o cuidado com as necessidades dele, mas não está ali para preencher seus desejos fictícios. Você não satisfará nada que, na verdade, irá prejudicá-lo. Por exemplo, você não satisfará o ego dessa pessoa, embora ela esteja pedindo isso. A pessoa muito preocupada e apegada satisfará as exigências do ego, e isso significa que você está envenenando o seu amado. Consideração significa que você perceberá que essa não é uma necessidade real, mas uma necessidade do ego; você não a satisfará.
O amor real conhece a compaixão, mas não a preocupação. Algumas vezes ele é duro, pois às vezes é necessário ser duro. Algumas vezes ele é muito distante. Se ficar distante ajudar, ele fica distante. Algumas vezes ele é muito frio; se for necessário ficar frio, então ele é frio. Tudo o que for necessário, o amor leva em conta, mas não fica ansioso. Ele não satisfará nenhuma necessidade irreal, nenhuma idéia venenosa do outro.
Investigue, medite sobre o amor, experimente. O amor é o maior experimento na vida, e aqueles que vivem sem experimentar a energia do amor, nunca saberão o que é a vida. Eles permanecerão apenas na superfície, sem penetrarem em sua profundidade.
Meu ensinamento é orientado pelo amor. Posso muito facilmente deixar de lado a palavra Deus, não tem problema, mas não posso deixar de lado a palavra amor. Se eu tiver de escolher entre as palavras amor e Deus, escolherei o amor; esquecerei tudo sobre Deus, pois aqueles que conhecem o amor fatalmente conhecerão Deus. Mas o inverso não acontece. Aqueles que pensam e filosofam sobre Deus podem nunca conhecer o amor, e também nunca conhecerão Deus.
Fonte: Osho, Amor, Liberdade e Solitude, Editora Cultrix, 2006. ISBN 978-85-316-0913-8.
Marcadores: amor, ansiedade, apego, desapego, expectativa, frustação, Osho
Meditações do Osho - 43
A porta para o divino é a espontaneidade. Ser espontâneo é ser divino. A mente nunca é espontânea, ela está sempre no passado ou no futuro, está naquilo que já foi ou naquilo que ainda não aconteceu. Entre um e outro, ela perde aquilo que é - ou seja, a porta presente.
O momento presente não é parte do tempo, porisso a mente não pode acessá-lo. Mente e tempo são sinônimos. Você pode dizer que a mente é o tempo dentro de seu ser, e o tempo é a mente fora de você, mas eles são um único fenômeno.
O momento presente não é parte do tempo nem da mente. Quando você está no momento presente, está em um estado divino. Esse é o verdadeiro significado da meditação, o verdadeiro significado da oração, o verdadeiro significado do amor. E, quando você age no momento presente, essa ação nunca é escravizadora, porque não é sua: é o divino agindo através de você, é o divino fluindo através de você.
Marcadores: espontaneidade, meditação, Osho
Oscar Quiroga - 1071
PROGRESSO
Marcadores: Quiroga
domingo, outubro 17, 2010
Sobre o Amor - 1
No Simpósio, de Platão, Sócrates diz:
Uma pessoa que pratica os mistérios do amor estará em contato não com um reflexo, mas com a própria verdade. Para conhecer essa bênção da natureza humana, não se pode encontrar auxiliar melhor do que o amor.
Durante toma a minha vida, comentei sobre o amor de mil maneiras diferentes, mas a mensagem é sempre a mesma. Apenas algo fundamental precisa ser lembrado: não se trata do amor que você acha que é amor. Nem Sócrates está falando desse amor nem eu estou.
O amor comum que você conhece nada mais é do que um impulso biológico; ele depende de sua química corporal e de seus hormônios. Ele pode ser alterado muito facilmente... uma pequena mudança em sua química e o amor que você considerava como a "verdade suprema" simplesmente desaparece. Você tem chamado a sensualidade de "amor". Essa distinção tem de ser lembrada.
Sócrates diz: "Uma pessoa que pratica os mistérios do amor...". A sensualidade não tem mistérios, ela é um simples jogo biológico. Todo animal, todo pássaro, toda árvore o conhece. Certamente o amor que tem mistérios será totalmente diferente do amor com o qual você está familiarizado
O amor que pode se tornar um contato com a própria verdade emerge somente a partir de sua consciência; não a partir de seu corpo, mas a partir de seu mais íntimo ser. A sensualidade emerge a partir do seu corpo, o amor emerge a partir de sua consciência. Mas as pessoas não conhecem a própria consciência, e o mal-entendido continua: a sensualidade corporal é tomada como amor.
Muitas poucas pessoas no mundo conhecem o amor. Essas pessoas são as que se tornaram silenciosas, pacíficas... E, a partir desse silêncio e dessa paz, elas entraram em contato com o seu ser mais íntimo, com a sua alma. Uma vez em contato com a sua alma, seu amor se torna não um relacionamento, mas simplesmente uma sombra sua. Não importa onde você ande, com quem você ande, você está amando permanentemente.
No momento, o que você chama de amor está endereçado a alguém, confinado a alguém. E o amor não é um fenômeno que possa ser confinado. Você pode tê-lo em suas mãos abertas, mas não em suas mãos fechadas. No momento em que suas mãos se fecham, elas ficam vazias. No momento em que elas se abrem, toda a existência fica ao seu alcance.
Sócrates está certo: aquele que conhece o amor verdadeiro também conhece a verdade, pois eles são somente dois nomes para uma só experiência. E, se você ainda não conheceu a verdade, lembre-se de que você também não conheceu o amor.
Fonte: Osho, Amor, Liberdade e Solitude, Editora Cultrix, 2006. ISBN 978-85-316-0913-8.
Meditações do Osho - 42
Antes de a morte chegar, o verdadeiro lar tem de ser encontrado. E ele pode ser encontrado, porque não está longe. Pode ser encontrado porque está exatamente dentro do seu ser. Você não precisa viajar nem um pouco; ao contrário, você tem de se sentar quieto e abandonar todos os tipos de viagens mentais.
Quando a mente não se move para o passado nem para o futuro, ficando no agora, essas viagens acabam. E, nesse exato momento, a semente começa a se desenvolver numa planta. As possibilidades, então, são infinitas - as frutas, as flores, o sol, os ventos, a chuva... E você aproveita tudo.
Você pode dançar com o vento, pode partilhar alegria com as nuvens, pode sussurrar com as estrelas.
Oscar Quiroga - 1070
O MEDO É UM PARADOXO
Marcadores: Quiroga
sábado, outubro 16, 2010
O Equilíbrio
Perguntaram ao Osho:
É verdade que numa relação muito íntima, quando um "joga" o bom, o compreensivo, o calmo e o relaxado, sobra para o outro ser somente nervoso, tenso e raivoso? Por favor, explique.
Eis a explicação do Osho:
Sim, um certo tipo de equilíbrio sempre acontece num relacionamento. Se um está fazendo o papel do muito calmo, sereno e ponderado, o outro terá de fazer todo o trabalho de ser raivoso, resmungão, miserável e briguento.
Apenas há alguns dias Chaitanya Hari me fez uma pergunta: "Por que Sócrates continuou a viver com sua mulher rabugenta e briguenta, Xantipa?"
Essa pergunta é relevante, pois Chaitanya também está vivendo com uma mulher rabugenta e briguenta, Krishna. Mas lembre-se, Sócrates era responsável por aquela situação. Ele estava fazendo o papel do muito sereno e do muito filosófico. Xantipa não era tão má como parece. Se você entrar na psicologia disso, ela era a vítima de um filósofo. A pobre mulher tinha de fazer todo o trabalho.
E assim é o caso de Krishna! Krishna estava me dizendo "Osho, você acha que esse Chaitanya Hari é um santo?" Ele não é! Ele apenas finge ser! Ora, Chaitanya Hari também é responsável se Krishna se tornar uma Xantipa. Ela sozinha não será responsável.
Existe uma espécie de equilíbrio. Sempre que duas pessoas estão juntas acontece um equilíbrio. Não tente fazer o papel de sereno, do contrário o outro terá de se tornar mais quente do que o necessário. Não tente "jogar" o paraíso, do contrário o outro se tornará o inferno. Seja natural, seja normal. Algumas vezes é bom ficar com raiva, estar triste, ser infernal ou celestial.
Dessa forma ambos permanecem naturais e normais. Um relacionamento normal é um relacionamento céu-inferno. Quando um é, ou finge ser, celestial ou infernal, então não sobra mais nada para o outro. O único papel que sobra é fazer o papel oposto. Isso precisa ser entendido, esse é um dos maiores problemas do mundo.
Certa vez Avicenna, um famoso médico e filósofo árabe, ouvindo sobre a fama espiritual de Abel Hasan Khargani, visitou esse Mestre em Khargani. Quando lá chegou, o Mestre não estava em casa, tendo ido a uma floresta próxima apanhar lenha a pedido de sua esposa.
Quando Avicenna perguntou à esposa onde o Mestre estava, ela respondeu calorosamente: "Por que você quer ver aquele lunático e impostor? Que negócio você tem com ele?" E ela prosseguiu criticando e menosprezando longamente o Mestre e depreciando seu status espiritual.
Avicenna ficou muito perplexo. O que ela dizia contradizia o que ele tinha ouvido previamente, sentindo-se desmotivado a continuar sua busca por ele. Contudo, dando-se conta de ter chegado até ali para ver o Mestre, finalmente decidiu ir até o fim. Ao se dirigir à floresta, ficou pasmo ao ver o Mestre se aproximando dele, retornando da floresta com um grande feixe de lenha em cima das costas de um tigre.
O filósofo, após lhe prestar respeitos, indagou ao Mestre o significado da diferença entre o que lhe foi dito pela sua esposa e o que ele via com seus próprios olhos.
O Mestre respondeu: "Não há nada espantoso nisso. Trata-se de uma mera questão de fadiga. Quando eu aguento e tolero o fardo de sofrer da loba (leia-se 'esposa') em minha casa, então automaticamente esse tigre da floresta carrega meu fardo para mim".
O Mestre Sufi está dizendo: "Há também uma espécie de equilíbrio na existência". Não existe apenas um equilíbrio entre Xantipa e Sócrates, mas também existe um equilíbrio entre esse casal e a existência. Sócrates era imensamente respeitado pelas pessoas; desrespeitado e torturado pela esposa, mas respeitado pelas outras pessoas.
Lembre-se sempre, a vida pode existir somente em equilíbrio; sempre foi assim. Boas mulheres sempre encontram esposos ruins, e bons esposos sempre encontram mulheres ruins, esposas ruins. Isso é tal que não há exceção, não pode haver exceção.
Um homem foi a Sócrates e perguntou: "Sou jovem e gostaria de me casar. Queria a sua sugestão, pois ouvi muitas histórias sobre sua vida de casado. Você é a pessoa mais experiente sobre casamento. Vim para receber seu conselho. O que devo fazer? Está certo casar ou é bom permanecer solteiro? Qual é mais ditoso?".
Sócrates respondeu: "É melhor você se casar".
O jovem disse: "Você me deixa perplexo".
Sócrates replicou: "Não há motivo para ficar perplexo, é simples. Se você arranjar uma mulher como a minha, você se tornará um grande filósofo. Eu tive de me tornar! Isso é pura necessidade! Apenas para sobreviver, tive de me tornar tranquilo, meditativo e silencioso. Isso me ajudou imensamente. E se você tiver uma boa esposa, você será feliz; se tiver uma má esposa, você se tornará filósofo. De ambas as maneiras você será beneficiado. Case-se!".
Portanto, não posso dizer que Sócrates não seja responsável pelo comportamento de Xantipa. Não posso dizer que aquele Mestre Sufi, Abel Hasan Khargani, não seja responsável pelo comportamento de sua esposa.
Por isso, no Oriente, muitos buscadores da verdade permanecem solteiros. Há uma razão para isso. A razão é, a razão fundamental é - não que você não possa atingir a verdade com uma esposa - devido à compaixão, pois se você ficar demasiadamente meditativo vivendo com a esposa, você irá destruir o seu ser. Ela começará a equilibrar essa situação, e então ela se tornará feia e negativa. Se você for todo positividade, ela se tornará negatividade. Então você estará cometendo um crime contra ela, e você será responsável por isso. No Oriente, através dos tempos, buscadores da verdade permaneceram solteiros. É simplesmente devido à compaixão: por que destruir um outro ser humano?
Sócrates era tão silencioso, meditativo e envolvido em sua busca pela verdade que a esposa simplesmente se sentiu negligenciada e ignorada. Ela queria a atenção dele. Posso ver isto acontecendo - ao ela despejar uma chaleira de água quente sobre ele, ela estava simplesmente pedindo por sua atenção. Ele devia ser muito frio, assim dessa forma ela estava tornando-o um pouco mais quente. Ele devia estar numa espécie de desinteresse, e ela estava tentando criar alguma paixão nele. Se ele pudesse ter raiva, então ele poderia amar também.
Mas ele não ficou com raiva. Ele usou isso como uma estratégia: ele ficou ainda mais calmo e sereno e permitiu que aquela água quente queimasse seu corpo, mas ele permaneceu apenas uma testemunha. Ora, isso deve ter deixado a sua esposa ainda mais maluca. Como se pode perdoar tal marido que não pula e revida? Se ele tivesse revidado, ela teria ficado mais calma.
Se você já é casado, é melhor você permanecer normal. Sua busca pela verdade deveria ser interior. Em seu relacionamento com a esposa ou com o esposo, você deveria permanecer um ser humano normal. Do contrário você estará cometendo um crime, um pecado: você destruirá a mulher ou o homem. Então medite enquanto você estiver sozinho. E algumas vezes, se for necessário, fique com raiva! Pode ser apenas de brincadeira, aja assim, mesmo se não for necessário, pois uma vez que você decidiu viver com uma mulher ou com um homem, você tem certas responsabilidades a cumprir. Você algumas vezes precisa também ficar com raiva - essa é sua responsabilidade.
Se Chaitanya Hari não entender isso, então Krishna se tornará uma mulher rabugenta e briguenta, e a metade da responsabilidade desta situação será dele.
Se a pessoa decide estar em um relacionamento, ela dever ter cuidado para não destruir o outro, para não atirá-lo demasiadamente na polaridade. A vida equilibra a si mesma. Se você é todo positivo, o outro se torna todo negativo. Então seja meio a meio, negativo e positivo, ambos. E quando ambos são ambos, há um tipo de relacionamento belo, surge uma beleza; há uma grande música e harmonia. Eles se tornam uma orquestra.
Se isso não estiver acontecendo, é melhor ser solteiro, ficar só. Pelo menos você não perturbará um outro ser humano.
O Oriente está certo: se você é um buscador da verdade, é melhor ficar só. E se você já estiver num relacionamento e a busca pela verdade começou depois, então pelo menos você pode representar. Não há necessidade de ficar realmente com raiva, você pode representar, e isso já servirá. Você pode ser quente algumas vezes, pelo menos você pode mostrar isso - você deve isso ao outro.
Fonte: Osho, A Sabedoria das Areias: Discursos sobre o Sufismo, Editora Gente, 1999. ISBN 85-7312-133-5.
Marcadores: equilíbrio, Osho, polaridade, Sócrates
Meditações do Osho - 41
Fique cada vez mais em silêncio. Sempre que tiver oportunidade, sente-se em silêncio, sem fazer coisa alguma, nem sequer meditação. Apenas se sente em silêncio, sem propósito algum. Lentamente, lentamente, o silêncio cresce, torna-se uma experiência dominadora. E, quando o silêncio o permear, você saberá quem você é e saberá o que essa vida é. Sabendo disso, você conhecerá Deus.
Marcadores: meditação, Osho, silêncio
Mensagens da Brahma Kumaris - 4
Bênção
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“Que você seja uma luz sempre acesa e conheça sua importância e sua tarefa. Você é a luz do mundo. O mundo será transformado através de sua transformação. Então, deixe que o passado seja passado e conheça seu próprio valor. Você pode promover a transformação do mundo através da autotransformação em um segundo. Simplesmente pratique estar na ação em um momento e recolher-se em quietude no momento seguinte. Da mesma forma que a tartaruga recolhe os órgãos em um segundo, use o poder de empacotar e recolha todos os inúmeros pensamentos que circulam na mente. Em um segundo, estabilize a mente em um só pensamento: eu sou a luz acesa do mundo.” |
Marcadores: Brahma Kumaris
Oscar Quiroga - 1069
O SER E A MIRAGEM
Marcadores: Quiroga
sexta-feira, outubro 15, 2010
Oscar Quiroga - 1068
INFORMAÇÃO E PRÁTICA
Marcadores: Quiroga
quinta-feira, outubro 14, 2010
Atenção e Sensibilidade
Você não pode ser sensível apenas em uma dimensão. A sensibilidade pertence à totalidade de seu ser, ou seja: você é sensível em todas as dimensões.
Seja mais perceptivo e aumente sua capacidade de observação. Se estiver andando sob o sol e sentir os raios de sol em seu rosto, seja sensível a seu toque sutil. E preste atenção também no momento em que a luz interna o atingir.
Quando você estiver sentado em um parque, sinta a grama, o verde a seu redor, a diferença na umidade, o cheiro da terra. Se você não conseguir, você não terá acesso a seus próprios sentimentos quando eles começarem a acontecer.
Sinta o que está a seu redor, este é o caminho mais fácil. Se não conseguir estabelecer um conexão com o exterior, você não poderá sentir o seu interior. Seja mais poético e menos pragmático em sua vida. Às vezes não custa nada ser sensível.
Ao tomar banho, você sentiu bem a água? O banho faz parte de sua rotina: cinco minutos e mais nada. Fique embaixo do chuveiro e deixe que a água caia sobre você durante alguns minutos. Isso pode se transformar em uma experiência profunda, porque a água é vida. Se não conseguir sentir a água caindo em você, não conseguirá perceber suas próprias marés internas.
A vida nasceu no mar e 90% de seu corpo é feito de água. Vá nadar no mar e sinta a água em volta de seu corpo. Logo você saberá que faz parte do mar e que seu ser interior pertence ao mar. Quando a lua estiver no céu e o oceano acenar com suas ondas em resposta, seu corpo também responderá (marés externa e interna). Seu desafio é sentir essa emoção. Se você não for capaz de sentir uma coisa tão simples, será difícil você conquistar algo tão sutil quanto a meditação.
Como você pode sentir amor? Todos estão sofrendo. Eu vi milhares de pessoas em profunda dor. O sofrimento é por causa do amor. As pessoas querem amar e querem ser amadas, mas o problema é que, se você amá-las de fato, elas não poderão sentir isso. Continuarão perguntando: "Você me ama?" O que fazer, então? Se você disser que sim, elas não acreditarão porque não podem senti-lo. Se disser que não, elas se sentirão feridas.
Se você não puder sentir os raios de sol, a chuva, a grama ou o mundo externo que o cerca, então não poderá sentir coisas mais profundas, como amor e compaixão. Raiva, violência e tristeza são emoções muito evidentes, cruas, fáceis de serem alcançadas. Mas o caminho que nos leva para dentro é sutil, e quanto mais sutil sua meditação se tornar, mais sutis serão os sentimentos. É preciso estar preparado.
A meditação não é uma coisa que você faz durante uma hora e depois deixa de lado. De fato, toda a vida tem que ser meditativa. Somente então você começará a sentir as coisas. E quando digo que toda a vida deve ser meditativa, não estou sugerindo que você deve ficar sentado meditando durante 24 horas por dia - NÃO!
Você pode ser sensível onde quer que esteja e a sensibilidade lhe trará algo em retorno. Pense menos, sinta mais. Volte a sentir as coisas. Viva de acordo com seu coração, e não de acordo com sua mente. Brinque um pouco, sorria, chore, cante, faça algo espontaneamente. Relaxe seu corpo, sua respiração e mova-se como se fosse novamente uma criança.
Esqueça-se da alma e viva totalmente no corpo, porque o grau de sensibilidade que você tem com o seu corpo determina sua relação com a sua alma. Lembre-se disso. Pare de dar voltas ao redor do corpo e reassuma seu lugar. Todos têm medo de estar no corpo. A sociedade criou o medo e agora o medo está profundamente enraizado.
Retorne para o seu corpo, movimente-se novamente como um animal inocente. Observe os animais saltando e correndo e imite-os: salte e corra com eles. Esta é a senha para voltar a seu corpo e recomeçar a sentir os raios do sol, a chuva e o vento.
Você só vai conseguir sentir o que está acontecendo dentro de si mesmo quando sua capacidade de prestar atenção ao que ocorrer ao seu redor estiver funcionando de forma plena.
Fonte: Osho, Uma farmácia para a alma, Editora Sextante, 2006. ISBN 85-7542-218-9.
Marcadores: água, amor, atenção, meditação, Osho, sensibilidade, sentimento
Meditações do Osho - 40
Seja o mais silencioso possível. Sente-se cada vez mais em silêncio - e não só em silêncio físico. Este também é útil e cria uma situação, mas ele não é o fim, é apenas o começo. É mais importante que a mente fique em silêncio, que a mente pare de tagarelar. E ela pára - o problema é que nunca tentamos.
Tudo o que é preciso é um processo muito simples: sente-se dentro de si e observe. Deixe a mente fazer todo tipo de truque e apenas observe, sem julgar nem dizer se é bom ou mau, sem escolher nem rejeitar - fique totalmente indiferente, sereno, apenas como um observador. Lentamente, lentamente, se você ficar sereno e indiferente, você pega o jeito.
Primeiro a mente tenta todo tipo de truque conhecido e depois, aos poucos, ela começa a se sentir embaraçada, porque você não se deixa afetar de maneira alguma, nem de um jeito nem de outro. Se você se deixar afetar e ficar contra ela, ela se sentirá perfeitamente à vontade e o perturbará. Por isso, não se coloque contra ela, não lute contra ela, não se torne vítima dos truques dela. Apenas permaneça indiferente.
Muitas vezes você se deixará envolver. Quando perceber isso, solte-se, recomponha-se, comece a observar de novo. Surge um pensamento - observe-o. Ele aparece bem à sua frente - olhe para ele. E ele passa. Observe-o, sem nenhuma idéia sobre ser bom ou ruim, se deveria ou não estar lá, sem nenhuma atitude moral - apenas uma observação serena, científica.
Um dia, de repente, ele não está mais lá, e nesse dia um silêncio tão profundo toma conta de você, como você nunca sentiu antes. E ele nunca mais o abandona, permanece com você, torna-se sua própria alma. É libertador.
Marcadores: meditação, mente, Osho, silêncio
Oscar Quiroga - 1067
O DIGNO E O DEPLORÁVEL
Marcadores: Quiroga
quarta-feira, outubro 13, 2010
Meditações do Osho - 39
Dissolva-se numa energia de amor, torne-se uma energia de amor - não amor por algo específico, mas amor por tudo, e até por nada! Não é preciso um objeto de amor, mas apenas uma energia transbordante de amor.
Se você está sentado em silêncio em seu quarto, deixe que o ambiente se torne cheio de energia de amor, crie uma aura de amor à sua volta. Se você estiver olhando para as árvores, ame as árvores. Se estiver olhando para as estrelas, ame as estrelas. Você é amor, e pronto! Portanto, onde quer que esteja, vá jorrando amor... até sobre as rochas. E, quando você jorra amor sobre as rochas, elas não são mais simplesmente rochas.
O amor é tamanho milagre, tamanha magia, que transforma tudo no objeto amado. Você se torna amor, e a existência se torna a amada, se torna Deus.
As pessoas buscam e procuram Deus sem se tornarem amor. Como podem encontrá-lo? Não possuem o equipamento necessário, nem o contexto e o espaço necessários. Crie amor e esqueça tudo sobre Deus. Um dia, de repente, você o encontrará em todo lugar.
Marcadores: amor, meditação, Osho
Oscar Quiroga - 1066
DESEJOS E NECESSIDADES
Marcadores: Quiroga
terça-feira, outubro 12, 2010
Meditações do Osho - 38
A oração é a base da religião, e é a oração realizada que se torna a experiência da existência. A semente da oração é a gratidão. Sinta-se grato, porque a dádiva da existência é muito grande e jorra constantemente sobre você. Mas nós a subestimamos. Essa é uma das atitudes mais estúpidas de um ser humano, mas a mente a vive tomando; a mente subestima a dádiva.
O sol nasce, o alvorecer tem uma beleza tremenda, mas a mente diz: "E daí? Isso acontece todo dia. É só mais um amanhecer, como todos os outros". O leste todo fica vermelho com o sol nascente, as nuvens se enchem de cor, mas a mente diz: "E daí? Não é novidade nenhuma. Milhões de vezes isso já aconteceu e milhões de vezes vai acontecer novamente".
Se esse é o modo de ver as coisas, se é assim que a mente olha para as coisas, ela se torna insensível - à beleza, à música, à poesia, ao amor, a tudo que tem valor. E obviamente você vive na escuridão, na feiúra. É criação sua.
Comece a se sentir grato. Desenvolva o senso da apreciação. Louve a existência pelo que ela já fez e muito mais vai acontecer a você. Quanto mais você louvar, mais se tornará capaz de ver, mas perceptivo você será. Uma pessoa que ora se torna tão perceptiva que vê a existência em todo lugar, encontra sua marca em todo lugar: escrituras no silêncio, sermões nas pedras.
Marcadores: meditação, oração, Osho
Oscar Quiroga - 1065
TODA INFÂNCIA DEVE SER PROLONGADA
Marcadores: Quiroga
segunda-feira, outubro 11, 2010
Meditações do Osho - 37
Orar é louvar o senhor por tudo que existe. É a prática de dizer sim no coração, que não sabe o que é dúvida, ceticismo ou negatividade, que é capaz de dançar e cantar porque o mundo é lindo demais. É um presente do qual não somos dignos. Não podemos pagar ao senhor; só o que podemos fazer é louvar. Podemos cantar: "Aleluia!" E se o indivíduo se torna uma aleluia plena, nada mais é necessário. Tudo, então, é possível; até o impossível é possível.
Por isso, deixe que a oração seja seu caminho. Ore de todas as maneiras possíveis e nunca se queixe. Abandone a mente queixosa. É só uma questão de decisão. Uma vez decidido, você começa a abandonar o velho hábito de se queixar, e toda a energia começa a se mobilizar para o louvor. O louvor traz graças, bênçãos. Louve de todas as maneiras possíveis: louve o pôr-do-sol, as nuvens, as árvores, os pássaros, as pessoas. Não seja avarento ao louvar. Louve com o coração, do modo mais total possível, e você ficará cada vez mais próximo da existência. Louvar será sua ponte, o caminho mais curto até a existência. A meditação é um caminho longo, a oração é um atalho.
Marcadores: meditação, oração, Osho